carta aberta aos encostos
dezembro 28, 2010ei, eu te entendo. sei como é difícil. machuca.
você fica feliz de vê-la chorar, mas sente culpa. e depois vem um vazio. e aí você preenche com tudo isso de novo. ou dá um tempo e corta o cabelo, ou faz e desfaz suas luzes. ou coloca um monte de fotos no facebook pra mostrar o quanto foi feliz em frente da câmera nova. e continua um vazio. que você preenche com radiohead ou revista de fofoca. com discussões sobre nietzsche ou contos das suas intermináveis aventuras na night. e você enche a cara e se sente livre. grita que se acha incrível atravessando a faixa de pedestres no meio da madrugada. e depois cai no choro. anonimamente. eu sei.
mas, sabe, o amor, o trabalho, a família, o dinheiro, o bicho de estimação ideais nunca vão existir ao mesmo tempo. eu sei que você quer tudo. eu sei que você tem ambição. e entendo que o que te falta é o que te faz querer estar no lugar de alguém. e que dói. e que você, talvez sem maldade, deseje que o feliz seja infeliz como você. mas, sabe, chega disso. chega disso porque ninguém é completo. chega. coragem, sabe? coragem pra se descolar dessa muleta. coragem pra desapegar daquele amor, daquele trabalho, daquele dinheiro. coragem.
seja feliz, por favor, e me esqueça. pra variar. eu não tenho culpa…
putz, é tão bom que nem sei o que comentar… talvez porque eu me identifique com seu texto mais de uma vez na vida, mais também do que gostaria. quer ver? http://100mililitros.blogspot.com/2010/05/e-o-bode-expiatorio-expirou.html
(sorry a auto referência, mas é que ler seu post foi como reler o meu)
[posta mais? beijos!]
por Isabela dezembro 29, 2010 at 3:47 pmamei sei texto, isa!!! AMEI! e pode deixar que posto mais! hehe aos poucos, vou voltando a buscar inspiração do lado de cá do equador ;)
por bárbara c. dezembro 29, 2010 at 4:23 pmExcelente o post! Adorei. Uma dica: já que, apesar da carta, eles vão teimar em aparecer, uma folhinha de arruda atráves da orelha não faz mal a ninguém!
por Camila janeiro 1, 2011 at 5:26 pmvou repor a pimenteira, que morreu! arruda, pimenta e um pouquinho de sal grosso e dá-lhe 2011! =)
por bárbara c. janeiro 2, 2011 at 11:03 ameu acho que eu vou ler esse texto todo dia.
por juliana março 4, 2011 at 3:42 pm